quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fabuloso admite "pressão forte" após títulos dos rivais

Camisa 9 admite que há forte pressão para o Tricolor ser campeão
Boa Noite Leitores do Nascidos para o Futebol


As duas últimas semanas foram complicadíssimas para a torcida são-paulina. Além de sentir o gosto amargo da eliminação na Copa do Brasil diante do Coritiba, que acabou decretando a demissão do técnico Emerson Leão, o torcedor viu o rival Corinthians conquistar a Copa Santander Libertadores e o também rival Palmeiras levantar a taça da Copa do Brasil. E isso sem dúvida alguma, aumentou a pressão para o São Paulo conquistar um título, o que não acontece desde 2008, quando o capitão e ídolo Rogério Ceni levantou a taça do sexto título do Campeonato Brasileiro. Agora, o Tricolor tentará se reerguer no clássico diante do Palmeiras, às 18h30 do próximo domingo (15/7), na Arena Barueri.

Luís Fabiano, que volta de suspensão imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva pela expulsão no jogo contra o Atlético Mineiro, admite a pressão imposta pela torcida e acredita que o Verdão virá mais motivado ainda. Exatamente por isso, ele alega que a equipe do Morumbi, melhor paulista do Brasileirão, precisa manter a arrancada. "Temos duas vitórias e precisamos da terceira para continuarmos entre os primeiros e apagar de uma vez por todas todo o mal que a Copa do Brasil nos trouxe".

Fabuloso diz que o time precisa dar a resposta que o torcedor Tricolor tanto espera. "A pressão aqui é forte desde 2008, quando conquistamos o último título. A torcida espera uma resposta rápida e espero que ela venha nesse ano. É claro que, se fecharmos 2012 com uma vaga na Libertadores do ano que vem, já será espetacular. Mas, independentemente de Palmeiras e Corinthians, vamos atrás de um título", afirma o centroavante.

Jadson, que seguirá como titular com o técnico Ney Franco, segue a mesma linha de pensamento. "Faz três anos que não conquistamos títulos e que a torcida nos cobra. Temos de transformar isso em motivação para buscar as vitórias. Temos a obrigação de estar no G-4 no final". O meia garante que o elenco pode, sim, pensar em títulos. "Nossa equipe é capacitada", conclui.

E agora, Tricolor?

Títulos rivais obrigam São Paulo a ganhar Brasileiro para não virar piada. Se já não virou..

O Santos iniciou o ano com um belo presente para seu centenário: um tricampeonato paulista seguido. Na sequência, o Corinthians conquistou a tão sonhada Libertadores após mais de 100 anos de vida. Nesta quinta-feira (11/7), o Palmeiras saiu da fila de 12 anos sem títulos nacionais e quatro sem nenhum ao conquistar a Copa do Brasil. Definitivamente, 2012 foi uma verdadeira "mãe" para os torcedores paulistas, um ano para todos os clubes lembrarem. Todos menos um.

O São Paulo Futebol Clube, que se acostumou a ser soberano entre 2005 e 2008, não degusta mais do prestígio de outrora. Em seu último período de glórias, a equipe faturou um Campeonato Paulista, três Campeonatos Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial Interclubes. Mas emperrou em vários torneios desde então. Faz três anos e meio que o clube não ganha nada, sendo competitivo em apenas alguns. 

Time foi eliminado 16 vezes seguidas em torneios de "mata-mata"
Chegou a iludir seus torcedores no Brasileirão do ano passado, quando venceu as cinco primeiras partidas. Mas a goleada por 5 a 0 sofrida no clássico contra o Corinthians na partida seguinte devolveu a realidade ao torcedor. Ao término da competição, contentou-se com uma vaga na Copa do Brasil deste ano e viu seu arquirrival alvinegro ser o campeão. A arrogância de seu presidente e o rodízio de treinadores contribuíram para a atual fase são-paulina.

Nestes quase quatro anos, o Tricolor Paulista viu seu time virar freguês do Santos, o Palmeiras sair da fila de títulos e até mesmo o Corinthians ser campeão da Copa Santander Libertadores. Coincidência ou não, isso começou logo após Muricy Ramalho sair do clube, em 2009. Vale lembrar que Muricy é o segundo técnico mais vencedor da história do clube. Está atrás apenas de Telê Santana, que trouxe as duas  primeiras Libertadores e os dois primeiros Mundiais ao Morumbi.

Desde 2008, ainda com Muricy no comando, a equipe demonstra fraqueza em fases eliminatórias, decisivas, conhecidas como "mata-matas". Após a eliminação para o Coritiba na Copa do Brasil 2012, o São paulo chegou à sua 16ª eliminação seguida em "mata-mata", incluindo Paulistão, Copa do Brasil, Libertadores e Copa Sul-Americana. 

No Paulistão, aliás, se acostumou a se classificar com êxito na fase de pontos corridos, mas lamentar derrotas em semifinais para os três rivais paulistas. Nos últimos cinco anos, foi eliminado pelo Palmeiras em 2008, pelo Corinthians em 2009 e para o Santos nos últimos três anos. É bem verdade que todas as eliminações foram para times que terminaram o torneio como campeões. Mas isso não justifica a falta de "espírito decisivo", esquecido desde o bicampeonato mundial e da Libertadores em 1993.

A diretoria pode mirar em exemplos no próprio estado, como a recuperação do Santos ao sair de uma fila de 18 anos sem títulos expressivos sendo bicampeão nacional, penta campeão paulista e campeão continental; ou a do Corinthians ao voltar da Segunda Divisão do Brasileiro para ser campeão estadual, nacional e continental. O Palmeiras, que até o jogo contra o Coritiba era motivo de piadas, é o exemplo mais recente. 

Agora, restou apenas o Campeonato Brasileiro para o "Sampa" se equiparar aos rivais e deixar 2012 cada vez mais paulista. É o momento perfeito, já que o torneio é disputado no sistema "pontos corridos" e não tem fases eliminatórias por natureza. Entretanto, até o fim do torneio, ou enquanto durar esta fila de títulos, o torcedor são-paulino continuará sendo o maior alvo de gozações no estado.